Ceia de Natal para Diabéticos

Como a Nutrição pode prevenir a doença


Uma em cada 11 pessoas no mundo são diagnosticadas com diabetes, e 422 milhões de indivíduos vivem com a doença, que quase quadruplicou em pouco mais de três décadas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).  

O diabetes — doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o organismo não a utiliza de forma eficaz, aumentando a concentração de glicose no sangue — é a principal causa de cegueira, problemas renais, ataques do coração, derrames e amputações. Sua prevenção passa por uma nutrição equilibrada, que ajuda no controle de peso e na manutenção de uma dieta balanceada.  Segundo o chefe da ONU, Ban Ki-moon, "se as pessoas puderem controlar o nível de glicose e da pressão sanguínea, vão poder reduzir os riscos".

Festas Natalinas: "Qualidade da caloria é mais importante do que quantidade"


As preparações nessa época do ano trazem um sabor mais agridoce, sendo um alerta para os diabéticos. Comidas típicas como rabanada, panetone, pavês entre outros, são alguns dos pratos difíceis de resistir.  Para ajudar àqueles que sofrem com a doença a encarar essa missão, o GEN conversou com a nutricionista funcional Alessandra Almeida, que explica: 

“Atualmente, a qualidade da caloria tem um impacto maior na nossa saúde (não somente para os diabéticos) do que a quantidade delas. Um produto ou alimento pode conter poucas calorias mas já ser o suficiente para gerar uma alteração metabólica no organismo. No caso dos diabéticos, uma alteração glicêmica. O ideal é usufruir de uma ceia com boa qualidade nutricional, ou seja, ausente de açúcares simples como açúcar branco, maltodextrina, xarope de glicose, xarope de milho e gordura hidrogenada. Uma dica simples é conter no rótulo o mínimo de ingredientes possível”. 

Adaptando o cardápio 


Mas como adaptar o cardápio para unir sabor e saúde? A experiente profissional esclarece: “Frutas secas — com exceção do damasco — como figo, ameixa, banana passa, tâmara, frutas em calda, como pêssego, abacaxi, cereja, e até as frutas in natura e sucos devem ser evitados por conterem alto teor de açúcar, colaborando para aumentar a glicose no sangue e, consequentemente, a insulina. Substitua o arroz branco pelo integral ou por outros grãos, como lentilha ou grão de bico, fonte de proteína vegetal e fibras. Na farofa, acrescente amaranto ou farelo de trigo para reduzir o índice glicêmico da farinha de mandioca. As oleaginosas (castanhas, nozes, avelã, macadâmia, amêndoas) também ajudar a reduzir o índice glicêmico das refeições. Para o prato principal: Galetinho com chutney de damasco. E para o acompanhamento, sugiro uma farofinha funcional. Na sobremesa, um mousse de chocolate com avelã está liberado!”. 

Confira as receitas e modo de preparo!

Prato Principal

Galetinho com chutney de damasco

 Ingredientes
1 galetinho de frango
2 xícaras de chá de vinho branco
2 colheres de sopa cheias de tomilho
1 colher de sopa cheia de erva desidratada à gosto
4 dentes de alho amassados 
Sal e pimenta do reino a gosto

Chutney 
10 unidades de damasco cortados. Mergulhe na água por 30 minutos para hidratar. 
1 colher de sopa de suco de limão 
1 xícara de café de vinagre de maçã
1/2 xícara de chá de vinho branco 
2 colheres de sopa de cebola fatiada 
1 dente de alho picado 
1 colher de chá de cravo 
1 pau de canela 
Pimenta do reino à gosto

Modo de Preparo 

Chutney: Numa frigideira, misture o vinho com vinagre e o limão. Acrescente a cebola e o alho. Aos poucos e após dois minutos, vá adicionando os demais ingredientes. Por último, acrescente o damasco com a água que foi hidratada. Deixe cozinhar por 30 minutos até ficar no ponto de geleia. Acrescente água sempre que for necessário.

Frango: Deixar marinar com todos os ingredientes por 12 horas. Assar no forno médio por 20 a 30 minutos com papel até que fique bem cozido. Retirar o papel para terminar de dourar. Sirva em fatias com o chutney de damasco.

Acompanhamento

Farofinha funcional

Ingredientes
1 xícara de chá de farinha de mandioca
½ xícara de chá de amaranto em flocos
½ xícara de chá de farelo de trigo
½ cebola cortada em rodelas
3 colheres de sopa de cenoura ralada
2 colheres de sopa de alho poró fatiado
1 colher de chá de açafrão
2 c. de sopa de azeite
Sal e pimenta à gosto

Modo de Preparo 
Refogar a cebola no azeite, em seguida o alho poró e a cebola. Adicionar o açafrão e a cenoura. Por último, as farinhas. Mexer até obter uma cor dourada. Ajustar sal e pimenta. Servir.

Sobremesa

Mousse de chocolate com avelã

Ingredientes
2 bananas verdes quentes e cozidas
200ml de água
150g de chocolate 70% (não precisa ser o diet, a banana verde cozida já reduz o índice glicêmico desse chocolate)
2 colheres de sopa de óleo de coco
150g de avelã

Modo de Preparo 
Tostar as avelãs no forno por 10 a 15 minutos. Picar ou triturar em pedaços menores e reservar. Bater todos os ingredientes no liquidificador, menos a avelã que foi triturada, por 5 minutos. Misturar a avelã triturada em separada com uma colher. Levar à geladeira por 3 horas para resfriar. Servir com morango (fruta de baixo índice glicêmico) e avelã triturada por cima.

(*) Como cozinhar a banana verde: Higienizar as bananas bem verdes, com casca, na água. Em seguida, colocar numa panela de pressão e cobrir com água ocupando o dobro da altura da banana. Assim que der o ponto de pressão, cozinhar por 8 minutos. Desligar o fogo e deixar a panela esfriar. A banana verde cozida pode ser congelada por 3 meses ou ficar na geladeira por 7 dias.





Alessandra Almeida é graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pós graduanda em Gastronomia Aplicada à Nutrição e Colaboradora do livro "Trocas Inteligentes" de Sonja Salles. Trabalhou como Nutricionista da Clínica de Nutrição Andrea Santa Rosa Garcia e atua como Personal Diet levando saúde e bem estar aos seus clientes.

Instagram: @alessandraap


Leitura do Mês

Fitoterapia Contemporânea - Tradição e Ciência na Prática Clínica 



Indispensável a todo profissional da área da saúde que deseja se conectar às novas tendências e aprimorar seu atendimento clínico, esta obra oferece informações científicas sobre as características de cada planta medicinal e sua recomendação para cada tipo de paciente, o que possibilita maior segurança no momento da prescrição. 

Esta segunda edição apresenta um texto totalmente revisado com base em pesquisas recentes, projeto gráfico modernizado e diversas atualizações, entre as quais se destacam: número ampliado de monografias – 15 novas espécies –, últimas descobertas no campo da fitoquímica e farmacologia, e material suplementar online com atualizações sobre as modificações nas legislações de fitoterápicos vigentes no país, tabela com os medicamentos fitoterápicos registrados na Anvisa, bem como orientações para pesquisa eficaz na internet sobre o tema fitoterapia.

Sobre os autores

Glaucia de Azevedo Saad é médica pela Universidade Gama Filho (UGF) com residência em Medicina Preventiva e Social pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz). Especialista em Acupuntura pelo Colégio Médico de Acupuntura (CMA). Coordenou o Ambulatório de Fitoterapia do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/Fiocruz) de 2002 a 2006. Professora do Curso de Fitoterapia do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM) de 1999 a 2005 e do Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB) de 2007 a 2008. Membro da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit).

Paulo Henrique de Oliveira Léda é farmacêutico pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Ciências Biológicas (Farmacologia e Terapêutica Experimental) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integrou a equipe do Programa de Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ) de 1996 a 2006. Tecnologista em Saúde Pública pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz. Colabora, desde 2006, com a equipe do Programa de Extensão Permanente Farmácia da Terra da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutorando do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia pela Rede Bionorte. Membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit).

Ivone Manzali de Sá é farmacêutica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fundadora e Diretora Técnica da Farmácia Caminhoá Homeopatia de 1990 a 2004. Diretora do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM) de 2000 a 2005. Professora do Curso de Fitoterapia do IBPM de 2000 a 2005. Mestre em Etnobotânica pelo Museu Nacional da UFRJ. Pesquisadora Associada do Museu Nacional da UFRJ. Doutora em História das Ciências e da Saúde pela Casa de Oswaldo Cruz da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Curso de Ilustração Botânica pela Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ENBT/JBRJ) e pelo Royal Botanical Gardens Kew.

Antonio Carlos Seixlack é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis com residência em Clínica Médica e Gastroenterologia. Especialista em Acupuntura pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Colégio Médico de Acupuntura (CMA). Professor do Curso de Fitoterapia do Núcleo de Fitoterapia do Instituto de Acupuntura do Rio de Janeiro (IARJ) de 1999 a 2000. Professor do Curso de Fitoterapia do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM) de 2001 a 2004 e do Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB) de 2007 a 2008. Consultor da Área Técnica do Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ) desde 2009. Membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit).

Onde encontrar: http://bit.ly/2fw8JYw