Alimentação brasileira no inverno

Hábitos estrangeiros incorporados à alimentação brasileira no inverno

Neste ano, o inverno começa oficialmente às 7h51 do dia 21 de junho. Com o frio da estação, o organismo gasta mais energia para manter a temperatura corporal, aumentando a sensação de fome. Além do charme e elegância que desfilam pelas ruas no inverno, o apetite e o paladar ficam mais aguçados. Por isso, é costume incorporar receitas de culinárias estrangeiras no cardápio brasileiro. O blog do GEN traz dicas e curiosidades sobre as mais deliciosas opções para aquecer os dias frios.


FONDUE
A fondue (palavra feminina), em francês significa queijo fundido ou derretido. A história da descoberta do fondue vem da Idade Média, cerca de sete séculos atrás, nos Alpes da Suíça, em conseqüência de uma inesperada super produção de queijos que endureceram com o inverno. Para evitar a perda e conservá-los, moradores derreteram o excesso produzido e acrescentaram Kirsch (bebida alcoólica de cereja produzida ali). 

Enquanto preparavam, iam provando com pão para determinar o tempero. Com o passar do tempo, a operação se transformou em celebração e o queijo fundido, na fondue que conhecemos hoje: degustada entre amigos durante o inverno. Como em todo ritual, o prato foi adaptado e, além da fondue de queijo, há ainda a bourguignonne (fondue de carne), de peixe, camarão ou chocolate com frutas.

Sinônimo de confraternização, desde o momento de seu preparo até a sua degustação, a Fondue, uma iguaria típica de inverno, é uma excelente opção para reunir amigos e familiares, pois é um dos pratos mais apreciados nos dias frios, especialmente pelos casais. Existe clima melhor para apreciar uma fondue do que o friozinho? 

Dica:
Para a Fondue de carne, escolha as carnes com textura delicada e sem gordura aparente. O filet mignon é o mais indicado por causa da sua maciez. Limpe-o bem e corte-o em cubos ou tiras. Não tempere a carne com sal antes de fritá-la, pois isso faria a carne soltar água e, conseqüentemente, o óleo iria espirrar. 




CHÁ
Apesar do famoso “chá da tarde” ser uma tradição tipicamente inglesa, a segunda bebida mais consumida no mundo depois da água tem uma história deliciosa, que começou na China há mais de cinco mil anos.  No ano 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nung (conhecido como Curandeiro Divino) e a sua corte estariam fazendo uma pausa durante uma viagem e, enquanto esperavam que os criados fervessem água para beber — medida decretada pelo imperador que, preocupado com as epidemias que devastavam o Império do Meio, exigia que todas as pessoas fervessem a água antes de a consumirem — algumas folhas de um arbusto teriam caído dentro da mesma, produzindo um líquido acastanhado. O imperador, que também era cientista, ficou curioso e experimentou a bebida, e classificou-a como muito refrescante. Assim nasceu o chá, que rapidamente conquistou os habitantes desse país. 
Por incrível que pareça, o chá apenas chega à Inglaterra em 1652, pela mão da portuguesa Catarina de Bragança. Filha do Rei D. João IV e da Rainha D. Luísa de Gusmão, a princesa portuguesa casa com o Rei Carlos II e apresenta aos ingleses a sua bebida predileta – o chá – que se torna a bebida mais popular na corte e, mais tarde, no resto da classe alta. A Inglaterra fez a sua primeira encomenda de chá (cerca de 50 kg) à Companhia da Índia Oriental, em 1664.
(Fonte: http://casadocha.com/artigos/historia-cha)
O chá combina muito bem com o clima frio do inverno. Assim como os brasileiros reúnem a família e amigos para um churrasco, na Inglaterra a confraternização familiar é brindada com a bebida quente e saborosa.  Por influência germânica, em muitas casas de chá do Rio Grande do Sul é servido o café colonial, que muito lembra o chá da tarde.





SOPAS
Existem registros que consideram a sopa como o prato mais antigo do mundo, anterior à descoberta do fogo. As baixas temperaturas são um convite à degustação de pratos quentes. E para espantar o frio, nada mais indicado do que um delicioso prato de sopa. Democrático, o prato aparece em infinitas versões e acaba agradando a todos os paladares.
Na Idade Média, as sopas tornaram-se populares, agradando tanto aos pobres quanto aos nobres. Muito condimentadas e pesadas, tinham toucinho em abundância e temperos fortes. A partir do século 16, com a evolução das cozinhas francesa e italiana, as sopas ganharam sofisticação. Na Itália com o uso de massas e ervas como tomilho, manjericão, manjerona. Na França, com os consommés, cremes, e o aperfeiçoamento das técnicas culinárias. 
A imensa maioria dos países do mundo tem suas sopas prediletas. O caldo verde e a canja portuguesa, o gazpacho (à base de tomate) espanhol, o minestrone (massa, feijão, legumes e linguiça) italiano, a bouillabaisse francesa (à base de peixes, frutos do mar e legumes), o missoshiro japonês (à base de pasta de soja), o borsch russo (à base de beterraba), a oxtail inglesa (de rabo de boi). No Brasil, temos à mineira (fubá torrado com ovo e couve), caldo de mocotó, de feijão, dentre outras. 
As sopas e cremes podem ser feitos literalmente de qualquer coisa (segundo a lenda, até de pedra), sendo assim um alimento acessível a todas as classes sociais. Elas possuem a vantagem de reter os nutrientes dos ingredientes no seu caldo, tornando-as bastante saborosas e nutritivas. Em grande parte do mundo, as sopas e cremes são servidos como entrada, no inicio de uma refeição. No Brasil, normalmente são servidos como refeição principal. Independente do costume de cada país é sempre uma opção deliciosa de alimentação. 
(Fonte: http://www.cremesesopas.com.br/pages/Hist%C3%B3ria-da-Sopa.html)





FEIJOADA
O feijão preto é originário da América do Sul e era chamado pelos guaranis de comanda, comaná ou cumaná. A farinha de mandioca também tem origem americana, sendo adotada como componente básico da alimentação pelos africanos e europeus que vieram para o Brasil. Roças de feijão e mandioca eram plantadas em diversos locais, inclusive nos espaços domésticos, em torno das residências, principalmente das classes populares. Segundo Carlos Alberto Dória, a origem da feijoada estaria no “feijão gordo”, o ensopado da leguminosa acrescido de toucinho e carne seca. A feijoada seria esse “feijão gordo” enriquecido ao extremo, com linguiças, legumes, verduras e carnes de porco.
A inclusão do último ingrediente acima indicado, levou Câmara Cascudo a questionar se a feijoada seria invenção dos africanos escravizados: sendo boa parte dos africanos seguidora do islamismo, como poderiam ter incluído a carne de porco no prato, já que a religião interdita seu consumo? O famoso folclorista brasileiro indica que a feijoada como a conhecemos, composta de feijão, carnes, hortaliças e legumes, seria uma combinação criada apenas no século XIX em restaurantes frequentados pela elite escravocrata do Brasil. Sua difusão teria se dado em hotéis e pensões, principalmente a partir do Rio de Janeiro.
Porém, a propagação da ideia da feijoada como prato nacional seria consequência das ações dos modernistas para construir uma identidade nacional brasileira, segundo Carlos Alberto Dória. A feijoada seria um dos signos da brasilidade, caracterizada pelo tema da antropofagia, da deglutição cultural que permeou a formação da nação brasileira.
(Fonte: http://www.brasilescola.com/historia/historia-feijoada.htm)
Servida na maioria dos restaurantes o ano inteiro, a feijoada ganha ainda mais destaque quando a temperatura cai. Chega à mesa geralmente acompanhada de farofa, arroz branco, couve refogada e laranja fatiada. Ideal para ser saboreado no inverno, o prato é preparado à base de feijões pretos, diferentes partes da carne de porco e vaca, além de embutidos. 
Com diferentes versões a respeito de sua origem, a receita é uma unanimidade nacional. O sucesso do prato é tamanho que alguns restaurantes já promovem até festival de feijoada. 




MOCOTÓ
O mocotó é um dos pratos mais tradicionais da culinária brasileira e cai bem principalmente quando o frio chega. O prato foi criado no Brasil por conta aos seus ingredientes ricos e nutritivos e de baixo valor, aproveitados quando do abate de gado tanto nas regiões pecuárias como nos matadouros dos centros urbanos. 
Este prato tem sua origem bem remota, advindo da tradição portuguesa, que fazia o caldo de mão-de-vaca. No século XIX, na cidade do Rio de Janeiro era anunciado o "caldo de mão de vaca" para a primeira refeição do dia. Esse hábito virou tradição na capital carioca e até hoje é comum os bares e botequins da cidade que oferecem o caldo de mocotó em canecas ou pequenas tigelas de porcelana branca.
É comum encontrar outra explicação: que o mocotó foi inventado no Sul do Brasil, surgindo nas charqueadas, nas estâncias e estalagens. Os escravos, nas senzalas, ficavam sempre com as sobras do gado, do porco e das aves. Isso no Brasil Colônia e em todas as capitanias.
Composto de miúdos de bovinos, como a pata, o úbere e a tripa grossa, o mocotó é ideal para ser degustado em épocas mais frias. O preparo não é difícil, mas não pense que fica pronto de uma hora para outra. O segredo da receita está justamente no cozimento dos ingredientes, o que leva um tempo considerável: quanto mais cozimento, mais consistência. Aprenda a fazer este prato cheio de energia e aprecie




VINHOS
O suco fermentado de uva, quase tão antigo quanto a civilização, deu origem aos vinhos. Consta que o vinho foi produzido no Egito 4000 a.c., e segundo o Velho Testamento, mal saindo da Arca, Noé plantou as suas primeiras vinhas. A arte da fabricação dos vinhos tem uma longa história, e assim foi evoluindo até os tempos de hoje, proporcionando uma enorme de variedade de fabricação de vinhos no mundo.
As primeiras vinhas foram provavelmente plantadas onde hoje se localiza a junção entre Turquia, Armênia e Geórgia e datam de aproximadamente sete mil anos atrás. Em muitos lugares, o vinho não teve a importância que teria entre nós. 
O vinho se incorporou à civilização ocidental de maneira muito profunda, mais do que em outras culturas. Isso é devido à importância ritual que os gregos e, depois deles, os romanos deram à bebida. Dionísio, deus grego do vinho, era então cultuado. O vinho é constantemente citado no Velho Testamento da Bíblia, ora como um prazer, fonte de delícias, ora como um vício a ser evitado. 
Mesmo os mais apaixonados por saborear uma cerveja bem gelada, daquelas que, com certeza, recebem tratamento vip nos principais bares e restaurantes da cidade, não resistem à sedução de saborear um bom vinho durante o período de inverno. Muitos até não conseguem se segurar e dão seguimento a este impulso a qualquer sinal de climas mais amenos que já sinalizam para o tempo mais frio. Isso tudo, garantem os comerciantes do setor, faz até dobrar o consumo da bebida.
Além de consumir como bebida, o vinho também é ótima opção para incrementar temperos de receitas. Veja as opções

Referências:

Leitura do Mês

Nutrição em Academias – do Fitness ao Wellness

Busca pela qualidade de vida provoca o crescimento da nutrição esportiva.


Escrita por Luciana Rossi, especialista em nutrição esportiva, com mais de 15 anos de docência e experiência em atendimento e acompanhamento nutricional de atletas e desportistas, a obra Nutrição em Academias - do Fitness ao Wellness atende a uma lacuna nos cursos de graduação, pós-graduação e especialização e abrange uma área em crescimento e ainda pouco explorada da Nutrição: àquela aplicada a indivíduos fisicamente ativos que buscam qualidade de vida. 

Dividia em oito capítulos, a obra apresenta o conteúdo de pesquisas publicadas em diversos periódicos nacionais e internacionais, além de contar com mais de 15 anos de experiência prática da autora, na área de docência (graduação e pós-graduação), atendimento e acompanhamento nutricional de atletas e desportistas. 

O enfoque é no atendimento prático do indivíduo, com detalhamento de técnicas antropométricas, inquéritos alimentares e fichas de avaliação, dentre outros materiais de consulta para prescrição e acompanhamento nutricional. Academias de ginástica e Inserção e atuação na área de nutrição em esporte são alguns dos temas apresentados, fundamentais para o nutricionista que pretende iniciar o seu trabalho.

Apresenta também aspectos mercadológicos, de atuação e inserção profissional na área de Nutrição em Esportes, para todos aqueles interessados no tema, reunindo o conteúdo baseado em estudos científicos e atuação de profissionais brasileiros na área de nutrição esportiva. Além disso, de forma inédita, tem seu conteúdo voltado ao atendimento do público praticante de atividade física e não apenas os atletas, como o fazem a maioria dos livros na área de nutrição esportiva. Vale a pena conferir!

À venda nas principais livrarias ou pelo site: www.grupogen.com.br


* Luciana Rossi é graduada em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP - USP) e concluiu o mestrado em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). Primeiro título de especialista em Nutrição em Esporte pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN). Professora do Curso de Nutrição da Disciplina de Nutrição em Esportes do Centro Universitário São Camilo e coordenadora da Pós-graduação Lato Sensu de Nutrição em Esporte e Estética em Wellness do Centro Universitário São Camilo.