Nutrição Esportiva no MMA

Acompanhamento Nutricional para o melhor desempenho do atleta é fundamental.



Mariana Belém é Nutricionista da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA), graduada em Nutrição na Universidade Gama Filho, Pós-Graduanda Nutrição Clínica Funcional (UNICSU) e Pós Graduanda em Performance Humana (UFRJ)



Email: mariana.belem@terra.com.br


Para obter sucesso sem perder a saúde, os atletas de Mixed Martial Arts (MMA) ou artes marciais mistas, devem garantir hidratação e alimentação balanceadas, já que a modalidade inclui golpes de luta em pé, e técnicas de luta no chão, exigindo muito do corpo. Por isso, o acompanhamento nutricional adequado aos tipos de treinamentos é fundamental para garantir a presença e absorção de todos os nutrientes necessários.

O GEN conversou com Mariana Belém, especialista em nutrição esportiva, para entender como é a rotina e a importância deste trabalho.

  GEN: Como você ingressou nesta área de nutrição esportiva? O que despertou o seu interesse?

  Mariana: Sempre pratiquei esportes e lutas, como o Jiu Jitsu, por exemplo. Mas fui uma criança com tendência a engordar, gostava de cozinhar e comer bastante, o que me prejudicava nas atividades esportivas. Por isso, comecei a estudar nutrição com foco nos esportes, unindo minhas duas paixões. Meu estágio do último período na faculdade foi no Estádio de Atletismo Célio de Barros, no Maracanã (RJ), onde tive a certeza de que a Nutrição Esportiva era o meu futuro.


 GEN: Há quanto tempo você atua com atletas de MMA? E na academia Delfim?

Mariana: Em 2004 comecei a trabalhar com o atleta de MMA Aloisio Barros, o “Dado”, que foi um dos que acompanhei e acompanho até hoje. Em 2010, a Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA) — onde sou nutricionista — usava uma área da Academia Delfim, na Tijuca (RJ), para seus treinos e administração, e eu atendia meus atletas no mesmo local. Assim, comecei a consultar os atletas da Delfin, não só os de MMA como também os de Muay Thay, Jiu Jitsu, Boxe e outros alunos.



Mariana com o atleta Aloisio Barros, o “Dado”  do MMA.



GEN: Na sua opinião, qual a maior facilidade e dificuldade neste trabalho?

Mariana: Trabalhar com atletas focados, que executam 100% a dieta e suplementação, faz com que os objetivos sejam alcançados com rapidez e eficácia. Mas atribuo o sucesso principalmente ao amor pelo que faço. Isso torna tudo mais leve, mais fácil. A dificuldade é a cultura do ‘dia da luta’, que ainda acontece bastante com alguns atletas, pois perdem muito peso próximo ao dia da competição. Este é o maior desafio, já que não só a desidratação como a perda de massa muscular é prejudicial ao rendimento e ao desempenho, fora o risco de vida que esses atletas correm.


GEN: Os atletas relataram alguma diferença após o início do acompanhamento nutricional? 

Mariana: A facilidade com a perda de peso, sem ônus de desempenho e performance para treinos e competições, é o principal relato


GEN: O que você considera como o ponto mais importante (diferencial) em relação ao acompanhamento nutricional do atleta?

Mariana: A Nutrição Esportiva prioriza a saúde do atleta, focando sempre em desempenho máximo. Preserva-se a massa muscular, responsável pela melhor performance física,  e garante o mínimo da desidratação do atleta, o que prejudicaria a execução de força.


GEN: Qual a base da alimentação de um atleta de alta performance?

Mariana: A base principal é o carboidrato, responsável pelo glicogênio muscular, que é a reserva de glicose usada no exercício. A preservação e reposição desse estoque de glicose é importante para os momentos pré-treinos, durante e pós-treinos. Nas atividades físicas, a glicose sanguínea é usada para gerar energia, mas em 20 minutos após essa transformação, é solicitado esse estoque devido à hipoglicemia (falta de glicose sanguínea) ser gerada pelo esforço físico. Nesse momento o glicogênio muscular é solicitado, sendo o glucagon o hormônio responsável pelo início do catabolismo, que é a utilização da massa muscular, suas proteínas são quebradas e fornecem glicose para que o organismo continue executando o exercício. As proteínas e aminoácidos também são bastante importantes, até pelo fato de serem utilizadas e servirem para a recuperação dessa musculatura. Os lipídeos têm a importante função de revestir as células, solicitadas nos transportes de minerais. Lembrando que, a mitocôndria é responsável pela respiração celular. Minerais e vitaminas são conseguidos via alimentação ou suplementação, e são fundamentais para bom rendimento. Não esquecendo que a hidratação é responsável pela boa qualidade do exercício, e pelo bom funcionamento renal


GEN: Próximo às lutas/competições, é elaborada uma dieta mais especifica? 

Mariana: As refeições pré-treino têm sua maior composição de carboidrato, por motivo já explicado acima, durante os treinos ou competições. A ingestão de líquidos ou gel de carboidrato oferece energia para execução do esforço físico, preservando o glicogênio muscular. E no pós-treinos, a proteína deve ser em maior proporção, porém não se deve excluir o carboidrato, que recupera a fonte de energia  utilizada — o glicogênio muscular. Estudos já comprovam que a proteína associada ao carboidrato tem melhor recuperação que a proteína isolada.











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