NaturalMente: Projeto de gastronomia promove inclusão social de portadores de deficiências mentais

Oficina de culinária sustentável tem horta orgânica e produção de alimentos integrais.



Da plantação à produção dos alimentos integrais, promovendo saúde, sustentabilidade e geração de renda. É assim que funciona desde março de 2015, o projeto NaturalMente, voltado para a inclusão social de portadores de deficiências mentais.

As aulas acontecem todas as quartas-feiras, às 14h no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Rubens Corrêa, situado em Irajá, zona Norte do Rio, e são ministradas pela nutricionista Mariana Zogaib, com o apoio da coordenadora técnica do Caps, Mariana Sloboda Jorge.  

O projeto — idealizado por Zogaib e pela diretora do Caps, Fernanda Pastuk Boabaid Santana — conta com uma equipe multidisciplinar, onde os pacientes aprendem a produzir alimentos naturais e participam de cada etapa do processo, inclusive na venda dos produtos que têm sido reconhecidos pela sua alta qualidade.  “O fato de serem produzidos por usuários do CAPS só agrega valor ao que estamos vendendo. Mas sempre enfatizamos a importância dos detalhes no processo de criação para fazermos sempre o melhor”, esclarece Mariana.



A nutricionista explica ainda, que a indicação para a culinária é mais um fator que pode ajudá-los a viverem melhor, longe de longas internações: “Abrimos o espaço para uma reflexão da importância do cozinhar com a saúde integral e com o que cada um deseja para si. Ressaltamos o valor da estética no acabamento do produto, o valor comercial e o valor nutricional do que produzimos e consumimos. Trabalhamos o cuidado, a auto-estima e a autonomia do sujeito”.

Só para ter ideia, o grupo produz várias delícias, como cookies integrais de aveia com cacau, empadas integrais de vegetais com queijo minas, pizzas integrais com queijo branco, molho de tomate fresco e manjericão, e o maior sucesso do projeto: bolinhos integrais de gengibre com calda de cacau



Confira a receita:



BOLO DE GENGIBRE COM CALDA DE CACAU

INGREDIENTES:

Massa:
3 ovos
1 xícara de leite
1 xícara de óleo
2 xícara de açúcar mascavo
1 gengibre (médio)
1 colher de sopa de fermento
2 xícaras de aveia
1 xícara de farinha de trigo branca
2 xícaras de farinha de trigo integral

Calda:
8 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de cacau
3 colheres de sopa de leite
2 colheres de sopa de manteiga

MODO DE PREPARO:

Massa:
  • No liquidificador, bata muito bem os ovos, o óleo, o leite e o gengibre descascado e picado
  • Enquanto isso, em um recipiente, coloque o trigo, o açúcar e a aveia
  • Acrescente o conteúdo do liquidificador no recipiente e misture tudo com uma colher até formar uma massa pastosa
  • Por último, acrescente o fermento
  • Despeje tudo numa fôrma untada com margarina e polvilhada com trigo
  • Leve ao forno médio, pré-aquecido por 30 minutos
Cobertura:
  • Levar todos os ingredientes ao fogo até engrossar
  • Despejar sobre o bolo pronto e saplicar canela em pó
Assista o vídeo do Projeto: 




Da cozinha à horta orgânica: colhendo o que se planta


Como prova do sucesso, o projeto acaba de ganhar uma horta orgânica e totalmente sustentável. Mariana explica que a ideia é aproveitar o espaço conquistado para realizar o reaproveitamento dos alimentos, onde as sementes e mudas plantadas, podadas e colhidas, recebam todos os cuidados necessários para que os ingredientes (como cascas e talhos, por exemplo) voltem à panela.

O desejo da nutricionista, é que os insumos orgânicos também retornem à terra em forma de adubo, para que a horta floresça e traga mais frutos e saúde. “Assim, o alimento cumpre o seu papel de nutrir, perfumar e agregar pessoas, valores e saberes, de forma criativa e dinâmica. Ao redor de uma mesa a gente se alimenta, se cuida e celebra a vida”, festeja a nutricionista.



O que são CAPS?


Os CAPS são unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente. Os centros oferecem um atendimento interdisciplinar, composto por uma equipe multiprofissional que reúne médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros especialistas. O serviço é diferenciado para o público infanto-juvenil, até os 17 anos de idade, através do CAPSi, e para pessoas em uso prejudicial de álcool e outras drogas pelo CAPSad.

O encaminhamento para os CAPS pode ser realizado através de demanda espontânea, por intermédio de uma unidade de atenção primária ou especializada, após uma internação clínica/psiquiátrica, ou ainda por indicação da assistência social ou por ordem judicial. O tratamento pode ser feito de forma individualizada ou coletiva, através de oficinas e grupos terapêuticos. 

Os CAPS funcionam de segunda a sexta, com atendimento das 8h às 17h. Algumas unidades possuem também acolhimento noturno, durante os sete dias da semana.

A Prefeitura do Rio conta com 13 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 6 Centros de Atenção Psicossocial Álcool Outras Drogas (CAPSad)  - dois deles com unidades de acolhimento adultos (UAA) - e 7 Centros de Atenção Psicossociais Infantis (CAPSi), totalizando 26 unidades especializadas próprias. Outras três das redes estadual e federal completam a rede de 29 CAPS dentro do município do Rio de Janeiro.


Nutricionista Mariana Zogaib

Pós-graduada em Nutrição Clínica e Personal Diet, Fitoterapia e Esporte


Contato do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Rubens Corrêa: 3833 -3340/3833-3341.




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