Pescado para todos

Rico em nutrientes, segurança do pescado é importante para manter os benefícios do alimento.



A população mundial vem crescendo rápida e intensamente. Segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), hoje somos 7,2 bilhões de pessoas e 205 mil brasileiros, de acordo com o IBGE. Estima-se que em 2025 seremos oito bilhões, podendo atingir os 9,6 bilhões em 2050. 

Apesar das famílias “encolherem” em diversos lugares, como no Brasil, a qualidade de vida e o acesso à saúde ampliam a longevidade e consequentemente a busca por alimentos saudáveis, principalmente o pescado, fonte de proteína consumida em todo o mundo.  

Assim, a relação entre o crescimento populacional e o esgotamento dos oceanos contribui para o incremento da aquicultura, que ajuda a reduzir a fome obedecendo ao conceito da segurança alimentar, que permite a criação de emprego e renda, acesso constante ao alimento, a inserção de novas tecnologias de cultivo, entre outros. 


Benefícios desde a infância 


O consumo frequente de pescado traz diversos benefícios desde a infância até terceira idade, por conter um sua composição ácidos graxos poli-insaturados - ômega 3, um nutriente lipídico presente na maioria dos peixes. 

Segundo a nutricionista e integrante do GEN Kátia Mendes, o pescado tem ótima digestibilidade e por essa razão é considerado um alimento leve. Ele ainda contribui para a redução de doenças cardíacas, para o desenvolvimento e a manutenção das funções do sistema nervosos central, e permite uma rápida troca das mensagens cerebrais (sinapses), promovendo boa concentração, habilidades motoras, e velocidade de reação, que são fundamentais para o aproveitamento escolar das crianças.

Para adultos e idosos, Katia revela: “O ômega 3  destaca-se na redução da pressão arterial, diminuição das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue, redução dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC), além de sua ação anti-inflamatória”.

Além disso, o alimento possui vitaminas lipossolúveis (A e D) e do complexo B, minerais como ferro, cálcio, fósforo, cobre, selênio e iodo — este último, presente somente quando o pescado vem de água salgada —, que ajudam na prevenção e combate de anemias, na manutenção do sistema imunológico, e participam de várias sínteses celulares que estruturam, compõem e mantém  o corpo humano.


Segurança do alimento 


Por todos os seus benefícios à saúde é evidente que o pescado deve ser consumido em todas as fases da vida. No entanto, devemos estar atentos à segurança do alimento, pois os nutrientes podem sofrer variações em função das condições climáticas, formas de cultivo e tipo de alimentação.

Outro ponto importante está na forma de preparo do pescado, onde devemos privilegiar as preparações cozidas, assadas ou grelhadas, em detrimento das frituras, a fim de garantir os benefícios nutricionais desse alimento. 

De acordo com a nutricionista, a segurança do pescado aquícola está pautada nos seguintes pontos: 

Laboratório: Uso de hormônio na reversão sexual, o laboratório deve ser registrado em órgãos competentes. 

Preparo do tanque escavado: uso de fertilizantes para alimento natural e outros produtos químicos utilizados para desinfecção do tanque. 

Cultivo geral: Controle da qualidade da água de cultivo, para que não ocorra o desenvolvimento de  microorganismos e  posterior  contaminação da água , comprometendo a qualidade do pescado. 

Engorda: Uso de reações adequadas, pois algumas podem conter drogas veterinárias.

Tratamento/prevenção de doenças: Administração de produtos veterinários específicos para a espécie cultivada (pode haver uso de drogas veterinárias para outras espécies. 
Despesca/Abate e na conservação: Uso de gelo contaminado ou de má qualidade. 

Condições de higiene e refrigeração do transporte: da fazenda para pontos de distribuição e ou comercialização. 

Para aplicar ferramentas que garantam a segurança e qualidade do pescado aquícola é preciso: 

Boas Práticas: Higiene pessoal, manejo, fabricação, distribuição, comercialização, etc. 

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle: Conhecido como APPCC.



Katia Mendes 
Nutricionista e Membro do GEN
Doutoranda e Mestre pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ);
Especialista em Gestão da Qualidade em Alimentação para Coletividade
Membro da Comissão de Estudos Especiais (CEE) 192 para Aquicultura, da ABNT
Docente de Graduação e Pós-Graduação em Nutrição (Instituições Privadas)




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