Pescado para todos

Rico em nutrientes, segurança do pescado é importante para manter os benefícios do alimento.



A população mundial vem crescendo rápida e intensamente. Segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), hoje somos 7,2 bilhões de pessoas e 205 mil brasileiros, de acordo com o IBGE. Estima-se que em 2025 seremos oito bilhões, podendo atingir os 9,6 bilhões em 2050. 

Apesar das famílias “encolherem” em diversos lugares, como no Brasil, a qualidade de vida e o acesso à saúde ampliam a longevidade e consequentemente a busca por alimentos saudáveis, principalmente o pescado, fonte de proteína consumida em todo o mundo.  

Assim, a relação entre o crescimento populacional e o esgotamento dos oceanos contribui para o incremento da aquicultura, que ajuda a reduzir a fome obedecendo ao conceito da segurança alimentar, que permite a criação de emprego e renda, acesso constante ao alimento, a inserção de novas tecnologias de cultivo, entre outros. 


Benefícios desde a infância 


O consumo frequente de pescado traz diversos benefícios desde a infância até terceira idade, por conter um sua composição ácidos graxos poli-insaturados - ômega 3, um nutriente lipídico presente na maioria dos peixes. 

Segundo a nutricionista e integrante do GEN Kátia Mendes, o pescado tem ótima digestibilidade e por essa razão é considerado um alimento leve. Ele ainda contribui para a redução de doenças cardíacas, para o desenvolvimento e a manutenção das funções do sistema nervosos central, e permite uma rápida troca das mensagens cerebrais (sinapses), promovendo boa concentração, habilidades motoras, e velocidade de reação, que são fundamentais para o aproveitamento escolar das crianças.

Para adultos e idosos, Katia revela: “O ômega 3  destaca-se na redução da pressão arterial, diminuição das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue, redução dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC), além de sua ação anti-inflamatória”.

Além disso, o alimento possui vitaminas lipossolúveis (A e D) e do complexo B, minerais como ferro, cálcio, fósforo, cobre, selênio e iodo — este último, presente somente quando o pescado vem de água salgada —, que ajudam na prevenção e combate de anemias, na manutenção do sistema imunológico, e participam de várias sínteses celulares que estruturam, compõem e mantém  o corpo humano.


Segurança do alimento 


Por todos os seus benefícios à saúde é evidente que o pescado deve ser consumido em todas as fases da vida. No entanto, devemos estar atentos à segurança do alimento, pois os nutrientes podem sofrer variações em função das condições climáticas, formas de cultivo e tipo de alimentação.

Outro ponto importante está na forma de preparo do pescado, onde devemos privilegiar as preparações cozidas, assadas ou grelhadas, em detrimento das frituras, a fim de garantir os benefícios nutricionais desse alimento. 

De acordo com a nutricionista, a segurança do pescado aquícola está pautada nos seguintes pontos: 

Laboratório: Uso de hormônio na reversão sexual, o laboratório deve ser registrado em órgãos competentes. 

Preparo do tanque escavado: uso de fertilizantes para alimento natural e outros produtos químicos utilizados para desinfecção do tanque. 

Cultivo geral: Controle da qualidade da água de cultivo, para que não ocorra o desenvolvimento de  microorganismos e  posterior  contaminação da água , comprometendo a qualidade do pescado. 

Engorda: Uso de reações adequadas, pois algumas podem conter drogas veterinárias.

Tratamento/prevenção de doenças: Administração de produtos veterinários específicos para a espécie cultivada (pode haver uso de drogas veterinárias para outras espécies. 
Despesca/Abate e na conservação: Uso de gelo contaminado ou de má qualidade. 

Condições de higiene e refrigeração do transporte: da fazenda para pontos de distribuição e ou comercialização. 

Para aplicar ferramentas que garantam a segurança e qualidade do pescado aquícola é preciso: 

Boas Práticas: Higiene pessoal, manejo, fabricação, distribuição, comercialização, etc. 

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle: Conhecido como APPCC.



Katia Mendes 
Nutricionista e Membro do GEN
Doutoranda e Mestre pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ);
Especialista em Gestão da Qualidade em Alimentação para Coletividade
Membro da Comissão de Estudos Especiais (CEE) 192 para Aquicultura, da ABNT
Docente de Graduação e Pós-Graduação em Nutrição (Instituições Privadas)




Leitura do Mês:

FICHAS DE PREPARAÇÕES E ANÁLISE DO VALOR NUTRICIONAL



Com descrições detalhadas sobre o preparo de diversos alimentos e sua composição centesimal, Fichas de Preparações e Análise do Valor Nutricional é ferramenta essencial para estudantes dos cursos de Nutrição, nutricionistas e profissionais envolvidos na produção de gêneros alimentícios. 

O livro funciona como alicerce de uma educação nutricional centrada nos princípios de variabilidade e proporcionalidade dos nutrientes. A obra está dividida em duas partes: a primeira descreve a metodologia empregada no desenvolvimento de uma fórmula de preparação, e a segunda apresenta 220 fichas com suas respectivas fórmulas, distribuídas em grupos: bebidas (infusos, refrescos, sucos, batidos e achocolatados); carnes (aves, peixes, camarão e vísceras); cereais; doces e frutas; massas, farofas e outros farináceos; legumes e hortaliças; leguminosas; sopas e molhos; pastas para sanduíches; e laticínios. 

Assim, tais fichas irão auxiliar na elaboração técnica de preparações culinárias com a visão global das transformações físico-químicas (aumento e redução de volume, modificação de coloração, absorção ou perda de líquidos), que ocorrem durante o processo.

Sandra Goulart, nutricionista integrante do GEN, explica que a ideia de escrever a obra surgiu após ser procurada por Elvira Rodrigues, que foi sua professora na graduação e teve a ideia de transformar as pesquisas realizadas em torno do assunto, em um livro. 
"Nos tempos de faculdade, tive aulas na disciplina chamada " Técnica culinária" com a Elvira, que desenvolvia esta pesquisa com os alunos no Laboratório dietético da Escola. Durante suas aulas eu participava como monitora. Elvira sugeriu transformar a pesquisa em livro, pois percebemos que os profissionais nutricionistas estavam sendo contratados justamente para elaborarem as fichas técnicas nos estabelecimentos comerciais. Resolvemos então disponibilizar o material após digitalização das fichas e atualização do valor nutricional pelas Tabelas de análise mais recentes"- revela.  

Sandra afirma que a leitura é um instrumento facilitador para as  atividades do profissional na produção de alimentos porque além de auxiliar na elaboração das preparações tanto nos restaurantes comerciais como nos de alimentação coletiva, apresenta os diversos fatores que ocorrem na transformação da matéria prima em alimento pronto, tais como: fator de correção, de hidratação, de cocção, peso bruto e líquido, orientando  ainda no cálculo do custo do porcionamento per capita,  minimizando desperdícios.


Onde encontrar: http://bit.ly/1BSlhBY


Sobre as autoras:


Sandra Goulart Magalhães

Nutricionista e integrante do GEN, Professora-Associada do Departamento de Nutrição em Saúde Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO)
Mestre em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz)




Elvira Leonardo Rodrigues

Professora de Nutrição Experimental da Escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Professora da Escola Técnica de Hotelaria da Guanabara, RJ
Participou como nutricionista da Comissão Nacional de Alimentação Escolar (CNAE)

O perigo das cores

O que a alimentação tem a ver com a hiperatividade em crianças? E como pode ser prevenida e tratada com uma nutrição correta?




Muitos alimentos destinados ao público infantil usam o artifício do "colorido" para atrair ao olhar — e o paladar— das crianças. Para produzir essa ‘aquarela’ de atrações, as indústrias utilizam os corantes artificiais, sintetizados ou por meio de derivados do petróleo, ou através do alcatrão de carvão. 

E é justamente neste coquetel de corantes que mora o grande perigo para o desenvolvimento de TDAH, a mais frequente desordem comportamental que ocorre na infância, atingindo cerca de 2 a 12% de crianças em todo o mundo, principalmente crianças do sexo masculino. As reações adversas aos aditivos podem se expressar de forma aguda ou crônica, como alergias, alterações no comportamento, e até carcinogenicidade, observada em longo prazo. 

Um estudo recente (McCann et al. (2007)) comprovou a relação da ingestão de corantes artificiais por crianças de 3, 8 e 9 anos com o aumento dos sintomas do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), salientando a importância de uma fiscalização mais eficiente e da necessidade de uma legislação específica para alimentos infantis que utilizem essas substâncias.

De acordo com a nutricionista Luana Limoeiro Ferrão, desde a década de 70, muitos estudos vêm sendo realizados para determinar essa relação, principalmente no público infantil. A maioria dos estudos é dividida basicamente em dois tipos: a eliminação de agentes da dieta que podem interferir no consumo; ou os estudos farmacológicos. 

Os estudos que controlam a dieta são mais complexos, pois é muito difícil o controle de dieta de crianças, além do tempo de estudo de consumo ser muito extenso e a mensuração das respostas qualitativas e subjetivas”, avalia.

Os efeitos tóxicos de tais aditivos químicos no cérebro humano ainda não são bem esclarecidos. O que as pesquisas mostram é que as dietas restritivas são eficazes no tratamento do TDAH, pois ajuda na redução dos sintomas. Na pesquisa publicada no The Lancet os pesquisadores concluem o seguinte: “Nosso estudo mostra efeitos consideráveis de uma dieta de eliminação de alimentos envolvidos no desenvolvimento TDAH. Assim, postulamos que a intervenção nutricional deve ser considerada em todas as crianças com TDAH, desde que os pais estejam dispostos a seguir uma dieta restrita, e desde que seja feita sob a supervisão de especialistas para evitar o desequilíbrio nutricional”.

Acredita-se que os aditivos alimentares, como os corantes, estão relacionados muitas vezes com respostas alérgicas, funcionando como gatilhos para os sintomas de TDAH. Pois estas moléculas químicas ao atingir a corrente sanguínea, são identificadas pelo sistema imune como “células invasoras”, levando à formação de um complexo antígeno-anticorpo. Este complexo pode se depositar no sistema nervoso, causando sintomas psiquiátricos, cognitivos e de comportamento, como TDAH.

Luana Ferrão explica que a partir dos sete anos de idade, os sintomas do TDAH são mais facilmente detectados e estão associados ao diagnóstico de co-morbidades, como transtorno desafiador opositivo, transtorno de conduta, transtorno de ansiedade, transtorno de humor e dificuldades de aprendizagem, que comprometem o desenvolvimento, podendo inclusive interferir no relacionamento social.

A hiperatividade é hereditária, porém a expressão genética não determina se a criança irá desenvolver o TDAH. Os genes precisam ser afetados por determinados fatores ambientais durante as primeiras fases de desenvolvimento do cérebro da criança como a gravidez, o parto e os primeiros anos de vida. É neste contexto que entra a alimentação, desde a vida intrauterina.

O que deve ser evitado


A nutricionista reforça que todos os alimentos que contenham presença de aditivos alimentares, principalmente de corantes artificiais devem ser evitados, como por exemplo, gelatinas, refrigerantes, sucos industrializados, iogurtes e balas.
Reduzir o açúcar simples, presente em doces, sorvetes, bolos e guloseimas e aumentar a ingestão de fibras, com alimentos integrais e frutas em geral, também ajuda a manter a calma e concentração.

Como a nutrição personalizada pode ajudar



A nutrição é uma ferramenta importante no combate ao TDAH, pois reduz a dependência a medicamentos através da reeducação alimentar e introdução de alimentos in natura, aumentando a qualidade de vida da criança. Pode-se, por exemplo, trocar o suco de caixinha pelo natural, e o biscoito recheado por frutas ou bolos caseiros. “Mas é de suma importância um trabalho multidisciplinar para a detecção e tratamento do TDAH, acompanhando a dieta do paciente e reduzindo ao máximo a ingestão de corantes artificiais”, enfatiza Luana.

Algumas pesquisas apontam que o consumo de alimentos com ômega 3 (linhaça, peixes de água fria)  auxiliam na redução dos sintomas de TDAH, pois acredita-se que esse nutriente age diretamente na regulação de neurotransmissores como a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar, ação sedativa e calmante,  regulando assim o humor e o comportamento. 

Portanto, corrigir hábitos alimentares e manter um acompanhamento nutricional é o caminho mais indicado no combate ao TDAH.


Luana Limoeiro Ferrão
Nutricionista  e Professora da UNESA
Pós Graduação em Gestão de Restaurantes
Mestre em Ciências dos Alimentos

email: luana.limoeiro.ferrao@gmail.com 

Leitura do Mês:

O que iremos Comer Amanhã: Uma história do Futuro da Alimentação





Como será o futuro da alimentação? O livro de Warren Belasco aborda o tema pouco explorado, porém oportuno: a preocupação profundamente enraizada da humanidade em relação ao futuro da alimentação. 


A obra explora com habilidade uma série de materiais fascinantes, cobrindo mais de duzentos anos - desde romances e filmes futuristas até os parques de diversão da Disney, a arquitetura de supermercados e restaurantes, mercados de agricultores orgânicos e debates sobre engenharia genética - e proporciona uma estrutura inovadora para se pensar sobre o futuro da alimentação. Imperdível!


Onde encontrar: http://bit.ly/1FDt451  


Sobre o autor


Warren Belasco é professor de estudos norte-americanos da Universidade de Maryland, Baltimore, Estados Unidos, e expert em estudos sobre o significado histórico, social e cultural da alimentação.
Autor de Appetite for Change: HowtheCountercultureTookontheFoodIndustry (1993), Food: the Key Concepts (2008), e coeditor de FoodNa-tions: SellingTaste in ConsumerSocieties (2002).


Sumário

Apresentação à edição brasileira - Carlos Alberto Dória

Parte I. A batalha dos thinktanks sobre o futuro da alimentação
1 A centralidade da carne
2 O mundo esgotará seus alimentos?
3 A profunda estrutura do debate

Parte II. Ficção especulativa sobre o futuro da alimentação
4 A advertência utópica: por que estudar as utopias e as distopias?
5 Distopias

Parte III. As coisas que virão: três cenários de abundância
6 O futuro clássico
7 O futuro moderno
8 O futuro recombinante






O veneno à mesa

Brasil é líder mundial no uso de agrotóxicos. 

Consumo elevado pode causar câncer, alerta INCA.


Crédito: CETRA

Um milhão de toneladas de agrotóxicos são despejados nas lavouras do Brasil a cada ano, e terminam em nossas mesas. Hoje, cada brasileiro consome uma média anual de 5,2 quilos de agrotóxicos, provenientes de alimentos transgênicos.  

Os números que mantêm o Brasil desde 2009 como o líder mundial de consumo dos venenos agrícolas, foram divulgados no dia 8 de abril pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), através do “Posicionamento público a respeito do uso de agrotóxicos”.

De acordo com o texto, a liberação do uso de sementes transgênicas no Brasil foi um dos fatores responsáveis pelo país assumir a posição de primeiro consumidor mundial de agrotóxico, pois o cultivo das sementes exige o uso de grandes quantidades desses produtos. 

O documento afirma que a exposição crônica a ingredientes ativos pode causar em longo prazo, câncer, abortos, malformações, infertilidade, impotência, neurotoxicidade, desregulação hormonal e efeitos sobre o sistema imunológico. O fato é preocupante, já que a venda de agrotóxicos no Brasil aumentou cerca de US$ 4,5 bilhões em dez anos.  


Contaminação pode ocorrer durante a gestação ou pelo leite materno.


Crianças expostas a substâncias tóxicas e com o sistema imunológico menos desenvolvido podem se contaminar durante a gestação ou na amamentação. 

Segundo a nutricionista Fabiane Toste Cardoso, coordenadora do curso de Nutrição na UNISUAM - Centro Universitário Augusto Motta, os agrotóxicos são considerados toxinas, e alguns têm características lipofílicas que se acumulam na gordura da mãe, passando do sangue materno para o fetal através da placenta. Já o leite materno pode fornecer uma maior carga de contaminantes, pois é um veículo importante para eliminação de xenobióticos do organismo.   

Porém, é importante ressaltar que a prática do aleitamento materno exclusivo até os seis meses deve ser incentivada, principalmente em países em desenvolvimento, em função das características nutricionais e aspectos imunológicos presentes no leite humano. Fabiane constata que apesar dos riscos, ainda não há comprovação da relação direta da exposição dos agrotóxicos e o desenvolvimento de leucemia e linfoma.

 “Alguns estudos fazem essa associação, pois se acredita numa possível  interação de alguns agrotóxicos com os receptores estrogênicos das células, atuando como falsos hormônios e apresentando potencial carcinogênico. Principalmente com hormônio – dependente (câncer de mama, testículo, ovário e próstata), em função do potencial que alguns agrotóxicos têm de atuar como disruptores endócrinos, produto químico que interfere no sistema endócrino mimetizando um hormônio, podendo bloquear seus efeitos, e estimular ou inibir a produção ou o transporte de hormônios.”     


Evitar alimentos in natura não é a solução

Crédito: O Globo


Se você acha que deixar de lado as frutas, legumes e verduras reduz as chances de contato com os agrotóxicos, está mais do que enganado. Produtos industrializados provenientes do trigo, milho ou soja (bastante cultivados na forma transgênica), tais como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas e pizzas, entre outros, também possuem pesticidas. Se o alimento não é identificado como orgânico ou agroecológico, é quase certo que ele tenha sido produzido com o auxílio de agrotóxicos.

A nutricionista Elga Batista, Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFRRJ), explica que o consumo desses alimentos é fundamental para garantir as Ingestões Diárias Recomendadas (IDR) de nutrientes e compostos capazes de prover maior longevidade e melhor qualidade de vida. 

“Assim como foi destacado pelo INCA, cabe ressaltar que não apenas os alimentos in natura veiculam esses contaminantes, mas também os produtos já processados e formulados a partir das matérias primas agropecuárias”, enfatiza.

Para reduzir os riscos de desenvolvimento de tumores, Elga relata que a estratégia mais defendida é a inclusão de alimentos ricos em compostos funcionais, principalmente aqueles com atividade antioxidante, como o açaí, vinho tinto, frutos cítricos, chá verde, acerola, molho de tomate, abóbora, cenoura.

“Essas substâncias têm a capacidade de combater os efeitos deletérios das espécies radicalares de oxigênio (radicais livres), por um mecanismo que, resumidamente, envolve a doação de elétrons a radicais como os potentes peróxidos. Isso estabiliza e impede a ação dos radicais livres sobre a fisiologia celular por minimizar o estresse oxidativo.”, destaca.


Não retire a casca!


Deixar os alimentos em remolho ou desprezar as cascas não são boas alternativas. Elga adverte que esses contaminantes também migram para as polpas dos frutos, e desprezando as cascas perdemos fibras, minerais e outros componentes importantes para a saúde e redução do risco de várias doenças. 
A especialista ressalta que muitas técnicas de preparo dos alimentos, inclusive as caseiras, também são responsáveis por formar compostos com potencial carcinogênico, como é o caso da ebulição da manteiga, que forma a acroleína; a fritura convencional de batatas e a síntese de acrilamida; e o preparo do churrasco e produção de nitrosaminas.


Alimentos orgânicos: melhor opção

Alimentos  frescos orgânicos costumam possuir 20% a menos de água do que os tradicionais.
Isso significa maior concentração de nutrientes. 


A Organização Mundial da Saúde e o INCA prevêem que, em 2020, o câncer se torne a principal causa de morte no Brasil. Além disso, estudos apontam uma relação direta entre o acúmulo de agrotóxico no organismo e a propensão ao desenvolvimento de câncer de mama, de testículos e de fígado.  Por isso, os alimentos agroecológicos, mais conhecidos como orgânicos, são uma excelente opção para evitar a exposição humana aos agrotóxicos. 

Elga lembra que, além de mais saudáveis, os orgânicos costumam apresentar características sensoriais mais atrativas, como sabor e aroma mais intensos do que as matérias primas obtidas por técnicas convencionais de cultivo. Mas revela que os altos preços são o maior obstáculo a esse consumo.

“O ideal seria reduzir ou excluir o consumo de alimentos transgênicos e/ou produzidos com agrotóxicos, industrializados ou não. Já ouvi dezenas de pessoas que adorariam consumir apenas alimentos orgânicos, mas os valores desses produtos são um fator decisivo sobre o poder de compra.”

Nesse contexto, para muitos indivíduos as feiras agroecológicas podem ser uma alternativa.


Fabiane Toste Cardoso
Nutricionista graduada pela UERJ
Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral 
Aperfeiçoamento em Nutrição Materno Infantilno Instituto Fernandes Figueira Mestrado em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela UERJ 
Doutorado em Ciências pela UERJ
Atualmente é Coordenadora do Curso de Nutrição, líder Grupo de Pesquisa em Nutrição e Gastronomia-CNPQ e atua como Professora da graduação e do Mestrado em desenvolvimento Local no Centro Universitário Augusto Motta



Elga Batista
Nutricionista graduada pela Uerj
Mestre e doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFRuralRJ
Especialista em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional pelo IFRJ
Docente da FABA e da Unisuam

Leitura do Mês:

Microbiota Gastrintestinal – Evidências da sua Influência na Saúde e na Doença



Microbiota Gastrintestinal – Evidências de sua Influência na Saúde e na Doença aborda de maneira abrangente, cuidadosa e detalhada um dos temas mais atuais e palpitantes da Biologia. 

A visão do organismo animal isoladamente não é mais aceitável diante das evidências científicas da interdependência dos macro e microrganismos. Todo o conhecimento acumulado de Ecologia tem sido revisto para acomodar a noção de que organismos ditos superiores são, na realidade, sistemas intrincadamente dependentes de microrganismos que com eles coevoluíram no curso de milhões de anos. 

O livro trata desde as bases microbiológicas necessárias à compreensão das associações biológicas até o uso de probióticos na correção de anomalias oriundas de deficiências nutricionais e doenças ou na prevenção de ambas. 

Discorre, ainda, sobre as técnicas e os métodos de estudos de microbiomas e prima pela compilação cuidadosa de dados coletados como evidências científicas desse tema tão instigante. O respaldo dado por trabalhos de notáveis cientistas, publicados nos mais respeitados periódicos científicos, possibilita que tal área, com relevância questionada até poucas décadas atrás, seja hoje fundamentada por ciência profunda e amplamente acreditada. O impacto desses conhecimentos permeia áreas como a Biologia, a Nutrição, a Bioquímica e a Medicina.


Onde encontrar: http://bit.ly/1KxNdeg  


Sobre as Organizadoras


Alessandra Barbosa Ferreira Machado 

Professora Convidada do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG. Pós-doutorado em andamento em Microbiologia pela UFJF, MG. Pós-doutorado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutorado em Microbiologia Agrícola pela UFV. Mestrado em Microbiologia Agrícola pela UFV. Graduação em Nutrição pela UFV. 

Ana Paula Boroni Moreira 

Professora-assistente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG. 
Doutorado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. 
Mestrado em Ciência da Nutrição pela UFV. Especialização em Nutrição Clínica pelo Ganep – Nutrição Humana, SP. Graduação em Nutrição pela UFV. 

Damiana Diniz Rosa 

Pós-doutorado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Pós-doutorado em andamento em Agricultural and Biological Engineering pela University of Illinois, Urbana-Champaign. Doutorado em Ciência da Nutrição pela UFV. 
Mestrado em Ciência da Nutrição pela UFV. Graduação em Nutrição pela UFV. 

Maria do Carmo Gouveia Peluzio 

Professora-associada da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. 
Doutorado em Bioquímica e Imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestrado em Agroquímica pela UFV. Graduação em Nutrição pela UFV. 

Tatiana Fiche Salles Teixeira 

Doutorado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. 
Mestrado em Ciência da Nutrição pela UFV. Especialização em Nutrição Clínica Funcion. Graduação em Nutrição pela UFV.


Sumário 
1. O Mundo Microbiano: Evolução e Diversidade 
2. Como Estudar a Microbiota Gastrintestinal Humana 
3. Modelos Animais e Sistemas in Vitro para Estudo da Microbiota Intestinal 
4. Produtos da Atividade Metabólica da Microbiota Intestinal e suas Implicações no Metabolismo Humano 
5. Microbiota do Trato Gastrintestinal Humano: Composição e Fatores Determinantes 
6. Papel da Microbiota na Fisiologia do Hospedeiro 
7. Microbiota Intestinal e Sistema Imunológico: Uma Via de Mão Dupla 
8. Lipopolissacarídeos: Estrutura e Influência sobre o Hospedeiro 
9. Microbiota e Biotransformação de Fármacos e Compostos Bioativos 
10. Microbiota e Doenças Intestinais 
11. Microbiota do Trato Gastrintestinal e Doença Cardiovascular 
12. Microbiota Intestinal, Obesidade e Diabetes Melito Tipo 2 
13. Interações entre a Microbiota Intestinal e o Sistema Nervoso 
14. Probióticos como Adjuvantes Dietéticos na Saúde de Indivíduos Imunodeprimidos 
15. Potencial de Efeitos Benéficos do uso de Probióticos nas Doenças Crônicas 
16. Probióticos e Simbióticos: Aspectos Tecnológicos e Alegações de Propriedades Funcionais

Food Trucks na Feira Planetária

As melhores "comida sobre rodas" vão estacionar na Feira Planetária


Gastronomia, charme e estilo. Estas palavras resumem os dias 11 e 12 de Abril de 2015, quando os jardins do Planetário da Gávea recebem a  8ª edição da Feira Planetária, evento que reúne mensalmente representantes do food truck, a nova moda da gastronomia de rua, que oferece bebidas, doces, lanches e combinações — de excêntricas à contemporâneas — em 'restaurantes sobre rodas'. 

Com entrada franca, o visitante só paga as delícias que desejar consumir no evento. E não serão poucas! 

A Feira Planetária é um grande palco gastronômico: num único lugar, é possível desfrutar excelentes pratos da comida oriental, passando por combinações contemporâneas do Chef belga Frederic de Mayer às mais inusitadas criações dos Ogros do Burgertopia, e  até as originais empanadas argentinas. Haverá também sanduíches, tapiocas, trufas, sorvetes, risotos, massas, temakis... 

Desde sua primeira edição, em setembro de 2014, mais de 70 mil visitantes já passaram por lá. Oitenta Chefs e Food Trucks puderam oferecer seus pratos e quitutes a preços atrativos, em um ambiente familiar, descontraído e bem carioca.Tudo isso estará disponível aos visitantes. Participe!

Feira Planetária

Dias 11 e 12 de abril de 2015
Horário: Sábado 12h às 23h e Domingo 12h às 21h
Local: Jardins do Planetário da Gávea - Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100 - Gávea

ENTRADA FRANCA – **Evento sujeito à lotação**

Não haverá estacionamento no local



Food Trucks nas ruas cariocas: segmento em expansão


Foto: Divulgação

Uma lei publicada em novembro de 2014 no Diário Oficial pela prefeitura do Rio de Janeiro autoriza os food trucks — o que até então eram uma exclusividade dos paulistanos — a rodar livremente pela cidade maravilhosa, em sistema de rodízio. Antes limitados a feiras e eventos, os food trucks pretendem ganhar as ruas cariocas, já que o documento regulamenta a atividade.

O novo modelo de negócio têm feito sucesso em diversos países e conquistado o público pela mobilidade e  pela variedade gastronômica a preços acessíveis. Já existem inúmeros empreendimentos desse tipo no país, e após a regulamentação da atuação dos veículos, a tendência é que o mercado de "comida sobre rodas" cresça ainda mais.