NaturalMente: Projeto de gastronomia promove inclusão social de portadores de deficiências mentais

Oficina de culinária sustentável tem horta orgânica e produção de alimentos integrais.



Da plantação à produção dos alimentos integrais, promovendo saúde, sustentabilidade e geração de renda. É assim que funciona desde março de 2015, o projeto NaturalMente, voltado para a inclusão social de portadores de deficiências mentais.

As aulas acontecem todas as quartas-feiras, às 14h no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Rubens Corrêa, situado em Irajá, zona Norte do Rio, e são ministradas pela nutricionista Mariana Zogaib, com o apoio da coordenadora técnica do Caps, Mariana Sloboda Jorge.  

O projeto — idealizado por Zogaib e pela diretora do Caps, Fernanda Pastuk Boabaid Santana — conta com uma equipe multidisciplinar, onde os pacientes aprendem a produzir alimentos naturais e participam de cada etapa do processo, inclusive na venda dos produtos que têm sido reconhecidos pela sua alta qualidade.  “O fato de serem produzidos por usuários do CAPS só agrega valor ao que estamos vendendo. Mas sempre enfatizamos a importância dos detalhes no processo de criação para fazermos sempre o melhor”, esclarece Mariana.



A nutricionista explica ainda, que a indicação para a culinária é mais um fator que pode ajudá-los a viverem melhor, longe de longas internações: “Abrimos o espaço para uma reflexão da importância do cozinhar com a saúde integral e com o que cada um deseja para si. Ressaltamos o valor da estética no acabamento do produto, o valor comercial e o valor nutricional do que produzimos e consumimos. Trabalhamos o cuidado, a auto-estima e a autonomia do sujeito”.

Só para ter ideia, o grupo produz várias delícias, como cookies integrais de aveia com cacau, empadas integrais de vegetais com queijo minas, pizzas integrais com queijo branco, molho de tomate fresco e manjericão, e o maior sucesso do projeto: bolinhos integrais de gengibre com calda de cacau



Confira a receita:



BOLO DE GENGIBRE COM CALDA DE CACAU

INGREDIENTES:

Massa:
3 ovos
1 xícara de leite
1 xícara de óleo
2 xícara de açúcar mascavo
1 gengibre (médio)
1 colher de sopa de fermento
2 xícaras de aveia
1 xícara de farinha de trigo branca
2 xícaras de farinha de trigo integral

Calda:
8 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de cacau
3 colheres de sopa de leite
2 colheres de sopa de manteiga

MODO DE PREPARO:

Massa:
  • No liquidificador, bata muito bem os ovos, o óleo, o leite e o gengibre descascado e picado
  • Enquanto isso, em um recipiente, coloque o trigo, o açúcar e a aveia
  • Acrescente o conteúdo do liquidificador no recipiente e misture tudo com uma colher até formar uma massa pastosa
  • Por último, acrescente o fermento
  • Despeje tudo numa fôrma untada com margarina e polvilhada com trigo
  • Leve ao forno médio, pré-aquecido por 30 minutos
Cobertura:
  • Levar todos os ingredientes ao fogo até engrossar
  • Despejar sobre o bolo pronto e saplicar canela em pó
Assista o vídeo do Projeto: 




Da cozinha à horta orgânica: colhendo o que se planta


Como prova do sucesso, o projeto acaba de ganhar uma horta orgânica e totalmente sustentável. Mariana explica que a ideia é aproveitar o espaço conquistado para realizar o reaproveitamento dos alimentos, onde as sementes e mudas plantadas, podadas e colhidas, recebam todos os cuidados necessários para que os ingredientes (como cascas e talhos, por exemplo) voltem à panela.

O desejo da nutricionista, é que os insumos orgânicos também retornem à terra em forma de adubo, para que a horta floresça e traga mais frutos e saúde. “Assim, o alimento cumpre o seu papel de nutrir, perfumar e agregar pessoas, valores e saberes, de forma criativa e dinâmica. Ao redor de uma mesa a gente se alimenta, se cuida e celebra a vida”, festeja a nutricionista.



O que são CAPS?


Os CAPS são unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente. Os centros oferecem um atendimento interdisciplinar, composto por uma equipe multiprofissional que reúne médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros especialistas. O serviço é diferenciado para o público infanto-juvenil, até os 17 anos de idade, através do CAPSi, e para pessoas em uso prejudicial de álcool e outras drogas pelo CAPSad.

O encaminhamento para os CAPS pode ser realizado através de demanda espontânea, por intermédio de uma unidade de atenção primária ou especializada, após uma internação clínica/psiquiátrica, ou ainda por indicação da assistência social ou por ordem judicial. O tratamento pode ser feito de forma individualizada ou coletiva, através de oficinas e grupos terapêuticos. 

Os CAPS funcionam de segunda a sexta, com atendimento das 8h às 17h. Algumas unidades possuem também acolhimento noturno, durante os sete dias da semana.

A Prefeitura do Rio conta com 13 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 6 Centros de Atenção Psicossocial Álcool Outras Drogas (CAPSad)  - dois deles com unidades de acolhimento adultos (UAA) - e 7 Centros de Atenção Psicossociais Infantis (CAPSi), totalizando 26 unidades especializadas próprias. Outras três das redes estadual e federal completam a rede de 29 CAPS dentro do município do Rio de Janeiro.


Nutricionista Mariana Zogaib

Pós-graduada em Nutrição Clínica e Personal Diet, Fitoterapia e Esporte


Contato do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Rubens Corrêa: 3833 -3340/3833-3341.




Leitura do Mês:

 Nutrição Clínica  –  Interações




A interação fármaco x nutriente ocorre em algumas ocasiões: quando se produz um desequilíbrio nutricional por ação de um medicamento; quando um efeito farmacológico é alterado pela ingestão de nutrientes; pelo estado nutricional do paciente; ou quando alguma reação adversa é produzida pela ingestão concomitante da droga com determinado nutriente ou algum componente do alimento.

Elas podem variar desde a formação de complexos entre o fármaco e o nutriente — com alteração na absorção de ambos —, até os efeitos sobre a distribuição, metabolismo e local de ação da droga, bem como fármacos que influenciam o estado nutricional e as necessidades de nutrientes.

Segundo a Dra. Nelzir Trindade Reis, nutricionista e autora de Nutrição Clínica  – Interações, o livro aborda essa relação, que pode ter influência significativa na saúde. 
"Certos medicamentos podem causar má-absorção de nutrientes. A utilização dos macronutrientes também pode ser afetada devido a administração de diversos fármacos, agravando quadros de hipoproteinemia e desnutrição energética-protéica, se presentes, ou interferindo no controle da diabetes ou da hipoglicemia." revela.

Nelzir afirma que a terapêutica medicamentosa é importante, mas a nutrição clínica cresce em igual ou maior importância,"pois além de agir como terapêutica dietética, atua, também, como veículo para que o fármaco tenha sua ação mais rápida ou não, de acordo com a necessidade do paciente, minimizando ou evitando as colateralidades e interações negativas provocadas pelo medicamento".

Sinopse

Trabalho desenvolvido com o objetivo de complementar outras referências usadas pelos profissionais de saúde, considerando que eles devem identificar todos os elementos referentes aos cuidados do paciente e que são capazes de atingir seu estado nutricional por meio de interações nutricionais, interações fármaco com nutrientes, entre outras.
Sumário
1. Introdução
2. Fundamentos da Farmacologia
3. Pontos Básicos de Interação Fármaco x Nutriente
4. Interações Provocadas por Fármacos mais Utilizados no Tratamento de Diversas Patologias
5. Interação Condimentos, Aditivos, Contaminantes, Tabaco e Bebida Alcoólica com os Fármacos
6. Interações Nutricionais
7. Suplementação Vitamínico-Mineral
8. Implicações Clínicas do Consumo Excessivo de Vitaminas e Minerais
9. Interações com Fitoterápicos
10. Considerações Finais
Casos Clínicos
Anexos
Índice

Onde Encontrar: http://bit.ly/1i1O7qX

Sobre a autora:



Nelzir Trindade Reis é nutricionista e médica. Coordenadora de Nutrição Clínica do Ambulatório 20 (Clínica Médica, Endocrinologia e Nutrição) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Professora Adjunta de Nutrição Clínica da Universidade Veiga de Almeida (UVA), RJ. Acadêmica Titular da Academia Brasileira de Administração Hospitalar (ABAH).

NutriGEN 2015 - O melhor da década

Confira tudo sobre o evento


O melhor da década

Em sua 10º edição, o NutriGEN 2015 comemorou em grande estilo essa primeira década do evento. Novamente com lotação esgotada, mais de 300 participantes — entre estudantes e profissionais de nutrição e gastronomia — estiveram presentes no dia 27 de agosto de 2015, no Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), no centro do Rio de Janeiro.


Auditório lotado
"O melhor da década” trouxe ao palco temas atuais, como: Food Trucks, Nutrição Funcional e Empreendedorismo Criativo, uma tendência em todos os mercados. 

Para falar sobre esse último, Ivana Beltrão abriu o ciclo de palestras. Com toda a sua experiência, a jornalista, pesquisadora e diretora do Rio Criativo (primeira incubadora do Brasil focada exclusivamente nos setores da economia criativa), discursou sobre conceitos importantes para quem deseja empreender, como design thinking e crowdfunding (financiamento coletivo).  


Ivana Beltrão, do Rio Criativo.

A fim de enriquecer ainda mais o assunto, Ivana trouxe Thiago Gomide Nasser, um dos idealizadores e organizadores da Junta Local, plataforma de aproximação entre pequenos produtores e consumidores, que oferece a proposta de facilitar o acesso à comida local, saudável e com preço justo. 

Thiago Gomide Nasser, da Junta Local.

Andreia Constantino foi a segunda palestrante do NutriGEN 2015. A Chef e proprietária do Nômade Truck explicou sobre os desafios de trabalhar com comida sobre rodas, e afirmou que o glamour em torno da atividade não é real. 
É um trabalho minucioso. Entre diversos detalhes, um dos mais importantes é preparar o veículo para uma refrigeração adequada, com energia suficiente para manter os alimentos frescos e evitar perdas. Para isso, é preciso baterias disponíveis e até geradores a gasolina, em último caso”, revelou Andreia.


Andreia Constantino, do Nômade Truck

A profissional ainda destacou que, apesar do decreto que disciplina a atividade, os food trucks ainda não podem atuar nas ruas cariocas, apenas em eventos gastronômicos ou particulares, que desejam uma ‘identidade’ para o seu carro. Por isso, a dica da expert é: escolha o estilo gastronômico que irá vender.

Após o intervalo, quando os visitantes puderam conferir a exposição de produtos e serviços e conhecer os pôsters dos trabalhos selecionados, chegou a vez dos profissionais da Clínica Andrea Santa Rosa Garcia falarem sobre as novas vertentes da Nutrição Funcional.

Bianca Innocencio, da Clínica Andrea Santa Rosa Garcia

 Isabella Vorccaro e Alessandra Almeida
Nutricionista Helton Finocchio

Ludimila Gouvêa: "Nutrir é um ato de amor".

A equipe, composta pelos nutricionistas Helton Finocchio, Bianca Innocencio, Ludimila Gouvêa, Alessandra Almeida e Isabella Vorccaro, demonstrou como realizam o diagnóstico dos pacientes, através de análises profundas e individualizadas: "É preciso olhar o todo, além das folhas de exames. O passado diz muito sobre o presente", disse Ludimila, nutricionista da clínica. Bianca Innocencio completou: “Cada indivíduo tem a sua história, e ouvir seu paciente é fundamental!”. 


4º Prêmio NutriGEN

Estudantes e profissionais de nutrição e gastronomia concorreram ao 4º Prêmio NutriGEN. Os trabalhos inscritos foram analisados pela comissão de julgamento, formada por profissionais renomados e docentes de cursos de Nutrição da cidade do Rio de Janeiro. Confira os vencedores e os trabalhos na íntegra:

Categoria Estudante
Thamires Barros Tavares recebe o prêmio da categoria estudante


Autores: Thamires Barros Tavares, Izabelle Santos Barcellos, Graziele Freitas de Bem, Angela de Castro Resende, Roberto Soares de Moura e Cristiane Aguiar da Costa.


Categoria Profissional
Teresa Palmisciano Bedê conquistou o prêmio na categoria profissional.


Autores: Teresa Palmisciano Bedê, Vânia Mattoso, Eduardo de Salvo Castro, Carlos A. S da Costa e Vilma Blondet de Azeredo. 


Promoções


Após a entrega de prêmios, alguns brindes foram sorteados aos participantes do evento. Repetindo o sucesso do ano passado, o GEN manteve a integração do evento em mídias on e off-line, transmitindo os momentos mais importantes em tempo real, em conjunto com a equipe de comunicação da AG RIO, pela hashtag #NutriGEN2015.


 A foto de Michele Izolani teve 95 curtidas e venceu a promoção

Para concluir a ação, o livro Fichas de Preparações e Análise do Valor Nutricional (doado pela nutricionista e escritora Sandra Goulart Magalhães) foi entregue à autora da foto mais curtida. A nutricionista Michele Izolani foi a ganhadora, com mais de 95 curtidas na foto postada!

Confira o álbum completo aqui:  http://on.fb.me/1LRwXZA 

O GEN agradece a participação de todos, e esperamos vocês no NutriGEN 2016!












Leitura do Mês:

O Dilema do Onívoro



As prateleiras de um supermercado - estágio final de nossa cadeia alimentar - são o ponto de partida escolhido pelo escritor e jornalista americano Michael Pollan para a viagem de investigação empreendida em 'O dilema do onívoro'. 

O leitor é convidado a perfazer o caminho inverso - reconstituindo o trajeto dos alimentos, desde o prato à nossa mesa até a sua origem derradeira - o solo. Quanto mais longo e intrincado é o percurso que liga as duas pontas dessa cadeia altamente industrializada, argumenta o autor, mais ignorantes nós nos tornamos a respeito do que, em última análise, estamos comendo. 

Afinal, que mistérios estão por trás de um simples item de um cardápio de fast-food? Para responder a essa e outras perguntas, Pollan armou-se da obstinação e do espírito meticuloso que caracterizam os grandes repórteres investigativos. O jornalista leva o leitor a explorar, não apenas intelectualmente, mas sensorialmente, todas as implicações - éticas e ecológicas, econômicas e políticas - relacionadas ao ato de se produzir e consumir um alimento. 

Para chegar a um diagnóstico sobre o que considera a atual desordem alimentar, Michael Pollan investiga três mundos diferentes - o do cultivo e produção de alimentos em escala industrial, o do florescente negócio da agricultura orgânica - com o que tem de promissor e de enganoso - e aquele ligado à caça e à coleta. Neste último, ensaia uma volta, em pleno século XXI, à atividade primeira do Homo sapiens, o onívoro por natureza que todos nós somos.

O resultado da investigação - um misto de reportagem, ensaio e depoimento pessoal - surpreenderá os leitores ao revelar que a aparente variedade dos modernos supermercados esconde uma alarmante uniformidade imposta pela superprodução industrial. 

Onde encontrar: http://bit.ly/1KmVQJ9



Sobre o autor: 



Michael Pollan é autor americano, jornalista, ativista e professor de jornalismo na Escola de Pós-Graduação UC Berkeley de Jornalismo. Escreveu sete livros (quatro traduzidos para o português). Considerado um rebelde da atual cultura gastronômica, coloca no centro de seus estudos o caminho do alimento entre o campo e o prato, obscurecido pela indústria alimentar moderna.

Algumas de suas obras são: "Em Defesa da Comida: Um Manifesto de Eater", "O Dilema do Onívoro: Uma História Natural de quatro refeições", que foi nomeado um dos dez melhores livros de 2006 pelo New York Times e o Washington Post. Ele também ganhou o California Book Award, o Prêmio Livro norte da Califórnia, o prêmio James Beard de melhor escrita do alimento, e foi um finalista para o National Book Critics Circle Award. É o autor de "A Botânica do Desejo: Uma Visão Plant's-Eye of the World", "A Place of My Own", e "Second Nature".

Pescado para todos

Rico em nutrientes, segurança do pescado é importante para manter os benefícios do alimento.



A população mundial vem crescendo rápida e intensamente. Segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), hoje somos 7,2 bilhões de pessoas e 205 mil brasileiros, de acordo com o IBGE. Estima-se que em 2025 seremos oito bilhões, podendo atingir os 9,6 bilhões em 2050. 

Apesar das famílias “encolherem” em diversos lugares, como no Brasil, a qualidade de vida e o acesso à saúde ampliam a longevidade e consequentemente a busca por alimentos saudáveis, principalmente o pescado, fonte de proteína consumida em todo o mundo.  

Assim, a relação entre o crescimento populacional e o esgotamento dos oceanos contribui para o incremento da aquicultura, que ajuda a reduzir a fome obedecendo ao conceito da segurança alimentar, que permite a criação de emprego e renda, acesso constante ao alimento, a inserção de novas tecnologias de cultivo, entre outros. 


Benefícios desde a infância 


O consumo frequente de pescado traz diversos benefícios desde a infância até terceira idade, por conter um sua composição ácidos graxos poli-insaturados - ômega 3, um nutriente lipídico presente na maioria dos peixes. 

Segundo a nutricionista e integrante do GEN Kátia Mendes, o pescado tem ótima digestibilidade e por essa razão é considerado um alimento leve. Ele ainda contribui para a redução de doenças cardíacas, para o desenvolvimento e a manutenção das funções do sistema nervosos central, e permite uma rápida troca das mensagens cerebrais (sinapses), promovendo boa concentração, habilidades motoras, e velocidade de reação, que são fundamentais para o aproveitamento escolar das crianças.

Para adultos e idosos, Katia revela: “O ômega 3  destaca-se na redução da pressão arterial, diminuição das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue, redução dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC), além de sua ação anti-inflamatória”.

Além disso, o alimento possui vitaminas lipossolúveis (A e D) e do complexo B, minerais como ferro, cálcio, fósforo, cobre, selênio e iodo — este último, presente somente quando o pescado vem de água salgada —, que ajudam na prevenção e combate de anemias, na manutenção do sistema imunológico, e participam de várias sínteses celulares que estruturam, compõem e mantém  o corpo humano.


Segurança do alimento 


Por todos os seus benefícios à saúde é evidente que o pescado deve ser consumido em todas as fases da vida. No entanto, devemos estar atentos à segurança do alimento, pois os nutrientes podem sofrer variações em função das condições climáticas, formas de cultivo e tipo de alimentação.

Outro ponto importante está na forma de preparo do pescado, onde devemos privilegiar as preparações cozidas, assadas ou grelhadas, em detrimento das frituras, a fim de garantir os benefícios nutricionais desse alimento. 

De acordo com a nutricionista, a segurança do pescado aquícola está pautada nos seguintes pontos: 

Laboratório: Uso de hormônio na reversão sexual, o laboratório deve ser registrado em órgãos competentes. 

Preparo do tanque escavado: uso de fertilizantes para alimento natural e outros produtos químicos utilizados para desinfecção do tanque. 

Cultivo geral: Controle da qualidade da água de cultivo, para que não ocorra o desenvolvimento de  microorganismos e  posterior  contaminação da água , comprometendo a qualidade do pescado. 

Engorda: Uso de reações adequadas, pois algumas podem conter drogas veterinárias.

Tratamento/prevenção de doenças: Administração de produtos veterinários específicos para a espécie cultivada (pode haver uso de drogas veterinárias para outras espécies. 
Despesca/Abate e na conservação: Uso de gelo contaminado ou de má qualidade. 

Condições de higiene e refrigeração do transporte: da fazenda para pontos de distribuição e ou comercialização. 

Para aplicar ferramentas que garantam a segurança e qualidade do pescado aquícola é preciso: 

Boas Práticas: Higiene pessoal, manejo, fabricação, distribuição, comercialização, etc. 

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle: Conhecido como APPCC.



Katia Mendes 
Nutricionista e Membro do GEN
Doutoranda e Mestre pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ);
Especialista em Gestão da Qualidade em Alimentação para Coletividade
Membro da Comissão de Estudos Especiais (CEE) 192 para Aquicultura, da ABNT
Docente de Graduação e Pós-Graduação em Nutrição (Instituições Privadas)




Leitura do Mês:

FICHAS DE PREPARAÇÕES E ANÁLISE DO VALOR NUTRICIONAL



Com descrições detalhadas sobre o preparo de diversos alimentos e sua composição centesimal, Fichas de Preparações e Análise do Valor Nutricional é ferramenta essencial para estudantes dos cursos de Nutrição, nutricionistas e profissionais envolvidos na produção de gêneros alimentícios. 

O livro funciona como alicerce de uma educação nutricional centrada nos princípios de variabilidade e proporcionalidade dos nutrientes. A obra está dividida em duas partes: a primeira descreve a metodologia empregada no desenvolvimento de uma fórmula de preparação, e a segunda apresenta 220 fichas com suas respectivas fórmulas, distribuídas em grupos: bebidas (infusos, refrescos, sucos, batidos e achocolatados); carnes (aves, peixes, camarão e vísceras); cereais; doces e frutas; massas, farofas e outros farináceos; legumes e hortaliças; leguminosas; sopas e molhos; pastas para sanduíches; e laticínios. 

Assim, tais fichas irão auxiliar na elaboração técnica de preparações culinárias com a visão global das transformações físico-químicas (aumento e redução de volume, modificação de coloração, absorção ou perda de líquidos), que ocorrem durante o processo.

Sandra Goulart, nutricionista integrante do GEN, explica que a ideia de escrever a obra surgiu após ser procurada por Elvira Rodrigues, que foi sua professora na graduação e teve a ideia de transformar as pesquisas realizadas em torno do assunto, em um livro. 
"Nos tempos de faculdade, tive aulas na disciplina chamada " Técnica culinária" com a Elvira, que desenvolvia esta pesquisa com os alunos no Laboratório dietético da Escola. Durante suas aulas eu participava como monitora. Elvira sugeriu transformar a pesquisa em livro, pois percebemos que os profissionais nutricionistas estavam sendo contratados justamente para elaborarem as fichas técnicas nos estabelecimentos comerciais. Resolvemos então disponibilizar o material após digitalização das fichas e atualização do valor nutricional pelas Tabelas de análise mais recentes"- revela.  

Sandra afirma que a leitura é um instrumento facilitador para as  atividades do profissional na produção de alimentos porque além de auxiliar na elaboração das preparações tanto nos restaurantes comerciais como nos de alimentação coletiva, apresenta os diversos fatores que ocorrem na transformação da matéria prima em alimento pronto, tais como: fator de correção, de hidratação, de cocção, peso bruto e líquido, orientando  ainda no cálculo do custo do porcionamento per capita,  minimizando desperdícios.


Onde encontrar: http://bit.ly/1BSlhBY


Sobre as autoras:


Sandra Goulart Magalhães

Nutricionista e integrante do GEN, Professora-Associada do Departamento de Nutrição em Saúde Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP/UNIRIO)
Mestre em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz)




Elvira Leonardo Rodrigues

Professora de Nutrição Experimental da Escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Professora da Escola Técnica de Hotelaria da Guanabara, RJ
Participou como nutricionista da Comissão Nacional de Alimentação Escolar (CNAE)

O perigo das cores

O que a alimentação tem a ver com a hiperatividade em crianças? E como pode ser prevenida e tratada com uma nutrição correta?




Muitos alimentos destinados ao público infantil usam o artifício do "colorido" para atrair ao olhar — e o paladar— das crianças. Para produzir essa ‘aquarela’ de atrações, as indústrias utilizam os corantes artificiais, sintetizados ou por meio de derivados do petróleo, ou através do alcatrão de carvão. 

E é justamente neste coquetel de corantes que mora o grande perigo para o desenvolvimento de TDAH, a mais frequente desordem comportamental que ocorre na infância, atingindo cerca de 2 a 12% de crianças em todo o mundo, principalmente crianças do sexo masculino. As reações adversas aos aditivos podem se expressar de forma aguda ou crônica, como alergias, alterações no comportamento, e até carcinogenicidade, observada em longo prazo. 

Um estudo recente (McCann et al. (2007)) comprovou a relação da ingestão de corantes artificiais por crianças de 3, 8 e 9 anos com o aumento dos sintomas do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), salientando a importância de uma fiscalização mais eficiente e da necessidade de uma legislação específica para alimentos infantis que utilizem essas substâncias.

De acordo com a nutricionista Luana Limoeiro Ferrão, desde a década de 70, muitos estudos vêm sendo realizados para determinar essa relação, principalmente no público infantil. A maioria dos estudos é dividida basicamente em dois tipos: a eliminação de agentes da dieta que podem interferir no consumo; ou os estudos farmacológicos. 

Os estudos que controlam a dieta são mais complexos, pois é muito difícil o controle de dieta de crianças, além do tempo de estudo de consumo ser muito extenso e a mensuração das respostas qualitativas e subjetivas”, avalia.

Os efeitos tóxicos de tais aditivos químicos no cérebro humano ainda não são bem esclarecidos. O que as pesquisas mostram é que as dietas restritivas são eficazes no tratamento do TDAH, pois ajuda na redução dos sintomas. Na pesquisa publicada no The Lancet os pesquisadores concluem o seguinte: “Nosso estudo mostra efeitos consideráveis de uma dieta de eliminação de alimentos envolvidos no desenvolvimento TDAH. Assim, postulamos que a intervenção nutricional deve ser considerada em todas as crianças com TDAH, desde que os pais estejam dispostos a seguir uma dieta restrita, e desde que seja feita sob a supervisão de especialistas para evitar o desequilíbrio nutricional”.

Acredita-se que os aditivos alimentares, como os corantes, estão relacionados muitas vezes com respostas alérgicas, funcionando como gatilhos para os sintomas de TDAH. Pois estas moléculas químicas ao atingir a corrente sanguínea, são identificadas pelo sistema imune como “células invasoras”, levando à formação de um complexo antígeno-anticorpo. Este complexo pode se depositar no sistema nervoso, causando sintomas psiquiátricos, cognitivos e de comportamento, como TDAH.

Luana Ferrão explica que a partir dos sete anos de idade, os sintomas do TDAH são mais facilmente detectados e estão associados ao diagnóstico de co-morbidades, como transtorno desafiador opositivo, transtorno de conduta, transtorno de ansiedade, transtorno de humor e dificuldades de aprendizagem, que comprometem o desenvolvimento, podendo inclusive interferir no relacionamento social.

A hiperatividade é hereditária, porém a expressão genética não determina se a criança irá desenvolver o TDAH. Os genes precisam ser afetados por determinados fatores ambientais durante as primeiras fases de desenvolvimento do cérebro da criança como a gravidez, o parto e os primeiros anos de vida. É neste contexto que entra a alimentação, desde a vida intrauterina.

O que deve ser evitado


A nutricionista reforça que todos os alimentos que contenham presença de aditivos alimentares, principalmente de corantes artificiais devem ser evitados, como por exemplo, gelatinas, refrigerantes, sucos industrializados, iogurtes e balas.
Reduzir o açúcar simples, presente em doces, sorvetes, bolos e guloseimas e aumentar a ingestão de fibras, com alimentos integrais e frutas em geral, também ajuda a manter a calma e concentração.

Como a nutrição personalizada pode ajudar



A nutrição é uma ferramenta importante no combate ao TDAH, pois reduz a dependência a medicamentos através da reeducação alimentar e introdução de alimentos in natura, aumentando a qualidade de vida da criança. Pode-se, por exemplo, trocar o suco de caixinha pelo natural, e o biscoito recheado por frutas ou bolos caseiros. “Mas é de suma importância um trabalho multidisciplinar para a detecção e tratamento do TDAH, acompanhando a dieta do paciente e reduzindo ao máximo a ingestão de corantes artificiais”, enfatiza Luana.

Algumas pesquisas apontam que o consumo de alimentos com ômega 3 (linhaça, peixes de água fria)  auxiliam na redução dos sintomas de TDAH, pois acredita-se que esse nutriente age diretamente na regulação de neurotransmissores como a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar, ação sedativa e calmante,  regulando assim o humor e o comportamento. 

Portanto, corrigir hábitos alimentares e manter um acompanhamento nutricional é o caminho mais indicado no combate ao TDAH.


Luana Limoeiro Ferrão
Nutricionista  e Professora da UNESA
Pós Graduação em Gestão de Restaurantes
Mestre em Ciências dos Alimentos

email: luana.limoeiro.ferrao@gmail.com